18 de jul. de 2011

Empregos verdes aumentam

Engenheiro de energia, biotecnólogo, marketeer ambiental, advogado do ambiente, consultor de mercado de carbono. O mercado do ambiente tem criado, ao longo dos tempos, um leque variado de profissões e de postos de trabalho. Nos próximos anos, este mercado, impulsionado pela temática das alterações climáticas e das energias renováveis, deverá ser ainda mais representativo.

Actualmente são já 3,4 milhões os postos de trabalho a nível mundial relacionados com as energias renováveis, os transportes sustentáveis, bens e serviços energeticamente eficientes, e o emprego com baixas emissões de carbono, indica um relatório recente da WWF. A associação dá conta de que os empregos gerados em sectores mais amigos do ambiente estão já a ultrapassar os das indústrias poluentes tradicionais, cerca de 2,8 milhões, ligados à exploração de minério, electricidade, gás, cimento, ferro e aço.

O estudo «prova que as políticas e tecnologias amigas do ambiente são uma contribuição positiva para a economia», destaca o responsável da WWF pelas políticas climáticas e energéticas europeias, Jason Anderson. E acrescenta: «Se os políticos continuarem a apoiar indústrias poluentes, a Europa terá de enfrentar custos elevados dessa decisão no futuro, tanto em termos económicos como ao nível dos impactes no meio ambiente.»

Energia, água e resíduos são áreas que, futuramente, conhecerão um novo fôlego nos próximos anos em todo o mundo, e Portugal não é excepção. As tecnologias limpas e de eficiência energética granjeiam os principais investimentos. Só no campo da energia deverão ser investidos 18 300 milhões de euros até 2014, uma quantia absorvida em 50 por cento pelas renováveis.

Dados da Associação Portuguesa de Energias Renováveis (Apren) apontam para a disponibilização de mais de 6 mil milhões de euros de investimento privado nas energias renováveis até 2010.

20 milhões de empregos até 2030
Um outro relatório, intitulado “Empregos Verdes: Rumo ao Trabalho Decente num Mundo Sustentável e com Baixo Carbono”, que foi lançado no ano passado pelo programa ambiental da Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Organização Internacional do Trabalho, dá conta de que mais de 20 milhões de pessoas deverão trabalhar com empregos verdes até 2030.

Só na área da indústria e agricultura ligadas aos biocombustíveis espera-se a criação de cerca de 12 milhões de novos empregos em duas décadas. Entre 2 e 3,5 milhões de outros empregos poderão ser gerados no sector de eficiência energética em edifícios, na Europa e nos Estados Unidos.

A indústria de painéis solares, englobando a fabricação, instalação e manutenção de painéis, geraria outros 6,3 milhões de empregos no mesmo período, enquanto que a indústria eólica somaria mais 2,1 milhões de empregos. A Alemanha tem sido um dos exemplos na área das renováveis. Em 2007, o sector contou contou com um rendimento total de quase 25 mil milhões de euros e proporcionou cerca de 250 mil postos de trabalho.

De acordo com Afonso Lobato Faria, director de Desenvolvimento Sustentável do Instituto de Soldadura e Qualidade, a hídrica, a eólica e o solar térmico estarão na base dos grandes negócios do futuro. O especialista admite que o sector da energia é mesmo o que apresenta «o maior potencial de crescimento» nos próximos anos, com reflexos positivos na criação de empregos ligados à indústria que sustenta o sector.

Já Eduardo Oliveira Fernandes, professor catedrático da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, acredita no aparecimento massivo de empresas de pequena e média dimensão, nas áreas da auditoria, projectos térmicos e de certificação de edifícios, programas de manutenção, painéis solares, novos sistemas de queima de biomassa, isolamento térmico das habitações, sistema de aquecimento e de ventilação modernos e fiáveis.

Cenário actual
Actualmente, haverá 400 mil trabalhadores europeus nas áreas das energias renováveis, 2,1 milhões em transportes eficientes e 900 mil pessoas a trabalhar na área de bens e serviços “amigos do ambiente”. Entre estes postos de trabalho incluem-se os de empresas de construção, instalação e manutenção de parques eólicos e painéis solares, construção civil com vista ao melhoramento de eficiência energética, além de postos de trabalho indirectos.


Fonte: ambienteonline.pt jul/2009

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