15 de mai. de 2011

Itália corta subsídios para energia solar em até 19%

A partir de 2016, país não dará mais incentivos financeiros, pois governo prevê que energia solar atingirá paridade na rede em 2017


Os desenvolvedores de projetos de energia solar italianos terão só até o fim deste mês para se conectar à rede se quiserem receber as taxas de subsídio atuais. Na semana passada, o governo anunciou que cortará os mecanismos de apoio e instituiu um financiamento limite para os incentivos a usinas maiores.
Anteriormente, o governo havia apresentado um decreto para manter os subsídios até 31 de agosto, mas decidiu adiantar o prazo para 31 de maio. A variação da taxa de redução dependerá do tipo de instalação e quando o corte será aplicado, mas analistas do grupo Jefferies garantem que os cortes versarão entre 10% e 19% em 2011 e entre 12% e 14% em 2012.

Usinas de grande porte terão um financiamento limite de US$ 841 milhões a partir de junho de 2012. Instalações conectadas à rede depois de 2016 não receberão incentivos, pois o governo prevê que a energia solar atingirá paridade na rede em 2017.

A regulamentação atualizada substituirá a legislação anterior, que garantia subsídios até 2013. As novas taxas serão aplicadas a instalações que entrarem em operação de 1º de junho ao fim de 2016. “Essa medida importante pode finalmente trazer estabilidade e perspectivas de longo prazo para o mercado para atingir competitividade tecnológica”, afirmou o ministro do desenvolvimento econômico Paolo Romani.

De acordo com Jean-Francois Meymandi, analista do banco de investimento UBS, essa extensão deverá atender as necessidades dos projetos em andamento, mas não irá atrair novos investimentos para o setor.

Min Xu, analista de pesquisa do Jefferies em Nova York, declarou que as regras revisadas limitarão os incentivos excessivos e promoverão sustentabilidade no setor solar italiano. Para Xu, os cortes tarifários são relativamente razoáveis, e um incentivo de 10% trará dinamismo para a indústria solar europeia.

Jesse Pichel, também analista da Jefferies, sugeriu que agora que o governo anunciou a legislação atualizada “as discussões sobre a energia solar agora sairão da esfera da política... e irão para os fundamentos de suprimento e demanda”. Segundo Pichel, as empresas com baixo custo continuarão a se desenvolver, “apesar do crescimento mais tímido da indústria solar”.

Nos últimos anos, o setor solar italiano atraiu alguns dos maiores fabricantes de módulos fotovoltaicos, como a as chinesas Suntech Power Holdings Co, Trina, Yingli Green Energy e a norte-americana First Solar.

Autor: Jéssica Lipinski

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