14 de abr. de 2011

AS NEGOCIAÇÕES PREPARATÓRIAS PARA A 17ª CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS

Na última sexta-feira (08/04), finalizaram-se, em Bangcoc, as negociações preparatórias da 17ª Conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas. Organizada pelas Nações Unidas, a Conferência em Bangcoc reuniu 2 mil representantes de 175 países. Participaram do encontro representantes de governos, empresas privadas, organizações ambientais e instituições de pesquisa.

Conforme declarações da Secretária-Executiva da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, Christiana Figueres, a idéia desse encontro na Tailândia foi fazer “os governos manter um impulso e formalizar um plano de trabalho para 2011. Isso inclui colocar em pleno funcionamento as instituições para financiar a luta contra as mudanças climáticas, a cooperação tecnológica e a adapatação, nos prazos de Cancún”.

A Secretária-Executiva destacou ainda que é necessário que cada país cumpra também as metas estabelecidas individualmente para que o plano global atinja os objetivos definidos nas reuniões anteriores. “Em casa, com seu próprio sistema político, é preciso implementar as políticas adequadas. Não é uma escolha entre um ou outro, é um conjunto. País algum pode agir sozinho".

No entanto, ao longo das negociações, Christiana chegou a assumir que seria provável haver um intervalo de tempo entre o fim do Protocolo de Quioto (que encerra em 2012) e o começo de um novo acordo climático. Isso porque houve muitas divergências entre os países participantes.

O grupo formado pelo G77 mais a China chegou a apresentar uma agenda com questões que não haviam sido abordadas em Cancún, mas que acreditavam ser importantes para o debate. Os outros países desconsideraram, afirmando que o encontro em Bangcoc deveria ser utilizado para confirmar e detalhar os compromissos já formulados.

No saldo do encontro ficou firmada a posição da Nova Zelândia e do Japão, os quais comunicaram que não assinarão um período de ampliação do Protocolo de Quioto, pois preferem não estar vinculados a um pacto internacional, mas criar uma agenda própria de compromissos de corte de emissões. Essa posição pode ser seguida pela Rússia, Canadá e Austrália.

A União Européia, por sua vez, considera prolongar o pacto adotado em 1997 e compromete-se cortar as suas emissões em 20%, em 2020. Entretanto, seus representantes afirmam que sem o apoio desses países será impossível atingir os objetivos.

Assim, a conferência em Bangcoc termina sem a garantia de que na COP17, em Durban, África do Sul, será fechado um acordo para prolongar a vigência de Quioto ou que seja elaborado um novo plano para substituí-lo. A reunião na Tailândia foi a primeira de uma série de debates internacionais destinada a preparar a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, em Durban, África do Sul, em dezembro. A próxima reunião preparatória será realizada em Bonn, Alemanha, em junho.

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