9 de jun. de 2011

ONU reconhece que não conseguirá cumprir prazo para substituir Quioto

As negociações climáticas internacionais não tem mais como evitar que depois do término do Protocolo de Quioto, em dezembro de 2012, exista um período que o planeta ficará sem nenhum tipo de acordo para limitar as emissões. Isto porque para adotar novas metas com a mesma força legal os países devem passar essas decisões pelos seus parlamentos, o que levaria mais tempo do que o disponível.

“Mesmo se acontecer um consenso sobre um texto legal, seria preciso realizar alterações no Protocolo de Quioto, o que requere a ratificação de três quartos dos signatários e não há mais tempo para isso entre Durban e o fim de 2012”, declarou Christiana Figueres, presidente da UNFCCC.

Na realidade, é muito improvável que a Conferência do Clima (COP 17) em Durban, em novembro, termine em consenso.

Agora, os principais objetivos das negociações devem ser mobilizar ações e financiamentos voluntários para combater o aquecimento global.

“Os países perceberam que enfrentarão um período sem regulamentação e estão estabelecendo maneiras para lidar com isso”, afirmou Figueres.

Segundo o negociador chefe da União Européia, 2014 ou 2015 são datas mais prováveis para um novo acordo. “É uma previsão mais realista, mas se os países chegarem a um consenso antes disso, a Europa está pronta para apoiar”, disse Artur Runge-Metzger.

Os mercados de carbono devem sofrer bastante com esse período sem um acordo global, já que metas obrigatórias deixarão de existir e assim a demanda por créditos tende a cair.

De acordo com o Banco Mundial, o comércio de créditos já está enfraquecido, tendo registrado em 2010 pela primeira vez na história uma retração, com seu valor total caindo 1,4% para US$ 142 bilhões.

Fabiano Ávila

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