14 de nov. de 2010

Ban Ki-moon chama a atenção para os perigos da inacção em relação às alterações climáticas

O Secretário-Geral Ban Ki-moon chamou, hoje, a atenção para os riscos da inacção em relação às alterações climáticas, enquanto o grupo de alto nível, criado no princípio deste ano para mobilizar fundos destinados a ajudar os países em desenvolvimento a combaterem o aquecimento global, anunciou que fez progressos quanto a esta questão.

"Quanto mais tempo adiarmos, mais teremos de pagar – em termos de oportunidades, recursos e vidas perdidas", declarou Ban Ki-moon, hoje, ao falar aos jornalistas.

O Acordo de Copenhaga, a que se chegou em Dezembro passado, na conferência das Nações Unidas, na capital dinamarquesa, visa fazer arrancar acções imediatas destinadas a combater as alterações climáticas e nortear as negociações sobre medidas a longo prazo.

Preconiza, igualmente, a intensificação do apoio prestado aos países em desenvolvimento para fins de atenuação e adaptação, o qual deverá aumentar para 100 mil milhões de dólares por ano, até 2020, para além dos 30 mil milhões de dólares a conceder até 2012.

O Grupo Consultivo sobre o Financiamento da Luta contra as Alterações Climáticas, criado em Fevereiro, está a procurar identificar fontes de financiamento a longo prazo que sejam "economicamente sólidas" e "politicamente viáveis", disse Ban Ki-moon.

"O financiamento da luta contra o clima é um investimento num futuro mais seguro, mais limpo e mais próspero para todos nós", acrescentou, sublinhando que "é essencial cumprir as promessas feitas".

O Secretário-Geral participou na sessão de ontem à noite da reunião de dois dias do Grupo Consultivo, em Nova Iorque, que descreveu como "muito estimulante".

O Grupo Consultivo deverá apresentar o seu relatório final a Ban Ki-moon, antes da próxima conferência das partes na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (CQNUAC), em Cancún, no México, no final deste ano.

Os seus co-presidentes, o Primeiro-Ministro Meles Zenawi da Etiópia e o Primeiro-Ministro Jens Stoltenberg da Noruega, disseram aos jornalistas que as conversações estão a avançar.
Meles Zenawi manifestou a sua convicção de que o Grupo Consultivo conseguirá apresentar um relatório "muito robusto" ao Secretário-Geral até ao final de Outubro.

Por sua vez, Jens Stoltenberg, que no mês passado substituiu o antigo líder do Reino Unido, Gordon Brown, como co-presidente, observou que existem numerosas fontes de recursos para financiar a atenuação e a adaptação às alterações climáticas.
"Portanto, o problema não é o número de fontes possíveis de financiamento", disse, acrescentando que a principal tarefa do Grupo Consultivo consiste em transformar esses recursos potenciais numa realidade.

O encontro de Nova Iorque, que termina hoje, é a segunda reunião do Grupo Consultivo. A primeira teve lugar em Londres, em Março, e a próxima reunião realizar-se-á em Adis-Abeba, capital da Etiópia. Entre os seus membros incluem-se o filantropo, George Soros, a Ministra da Economia, Indústria e Emprego francesa, Christine Lagarde, e o destacado académico britânico, Nicholas Stern.

Centro de Notícias da ONU

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