22 de out. de 2010

Portugal inaugurará primeira rede de veículos elétricos mundo em 2011

Portugal está a caminho de ser pioneiro na inauguração da primeira rede de abastecimento de veículos elétricos já no ano que vem, anunciou o secretário de Energia português Carlos Zorrinho.

O país, dependente de combustíveis fósseis importados, pretende substituir 10% da frota com veículos elétricos até 2020 visando reduzir as importações e complementar o suprimento variável proveniente do crescente setor de energia eólica.

“Em Portugal, na primeira metade de 2011, teremos uma rede nacional para abastecer estes veículos, será possível percorrer todo país sem problemas”, disse Zorrinho à Reuters em paralelo ao Fórum Europeu de Energia Futura em Londres.

A rede chamada MOBLE, controlada pela Energias de Portugal, incluirá 1,3 mil estações de abastecimento normais e 50 rápidas em shopping centers, estacionamentos, postos e hotéis em 25 cidades.

O sistema aberto de pontos de recarga será compatível com todas as marcas de veículos elétricos, incluindo motos e veículos pesados quando estiverem disponíveis.

Com planos de expansão da capacidade de geração eólica de cerca de 5 GW até o fim de 2010 para 8,5 GW até 2020, o isolamento de Portugal do resto da Europa devido a ausência de conexão de rede entre Espanha e França, é um grande problema.

A construção de linhas de energia ao longo dos Pirineus até a França tem sido adiada há anos, segurando uma vasta quantidade de energia renovável na Península Ibérica.

“Talvez atualmente esta seja a principal fragilidade competitiva da Europa no mundo”, comentou Zorrinho. “As redes de energia não são desenvolvidas e não é possível ter um mercado interno de energia... existem barreiras físicas”.

Lisboa está oferecendo € 5 mil (US$ 6,9 mil) para os compradores dos primeiros 5 mil veículos elétricos vendidos em Portugal, além de redução tributária e mais € 2,3 mil para a venda de motores antigos a combustão.

O alto preço dos veículos elétricos em comparação com carros a gasolina ou diesel é um grande obstáculo para as vendas em países europeus. Porém, em Portugal os impostos altos sobre os carros convencionais significam que os elétricos subsidiados são apenas um pouco mais caros, tornando-os uma opção atrativa para os consumidores.

Apoio solar
Portugal tem um dos maiores setores de energia solar do mundo, com grande incentives, mas ao contrário da Espanha e Alemanha que estão buscando reduzir o apoio a projetos solares, Lisboa não tem planos de acabar com os subsídios.

“Não temos planos de corte...é crucial para desenvolver o setor”, comentou Zorrinho.
Ele comentou que o apoio financeiro para os projetos existentes está garantido, porém com a queda nos custos da tecnologia será necessário menos subsídios para tornar a energia solar competitiva no futuro.

Reuters - Carbono Brasil

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